Em episódio do Acompanhadas, podcast voltado a debater diversas questões relacionadas a sexo e ao mundo adulto, a dominatrix Dommenique Luxor surpreendeu a host Nina Sag com um dado relacionado às buscas de mulheres em sites de vídeos adultos. Pioneira na arte da dominação e autora do primeiro livro sobre uma dominatrix no Brasil, Dommenique contou que a maior parte do público que acessa vídeos pornográficos em que os atores simulam estupro (o chamado rape play) são mulheres. Mas é importante pontuar que, diferentemente da impressão que esta informação possa passar, não se trata de nenhum desejo por violência.

“Estatisticamente, é feito pesquisas de que o que as mulheres têm mais desejo, em termos de fetiche, fantasia, é uma fantasia de rape play”, afirmou a dominadora. Apesar do choque que essa informação provoca, o co-host do episódio, Gabe Spec, fez questão de contextualizar e explicar que esta fantasia não significa, de nenhuma forma, a vontade de alguém ser violentado. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra, é a atmosfera da coisa, de que, naquela situação, ela está numa submissão e numa falta de controle extrema”, comentou.

Concordando com o co-host, a entrevistada complementou: “E é uma atmosfera que depende da nossa conjuntura histórica. A gente vive numa sociedade em que se erotiza esse tipo de coisa”. Dommenique ainda esclareceu que todos nós, como seres humanos, somos repletos de subjetividade.

A convidada do podcast ainda tentou desvendar os motivos por trás dessa estatística polêmica. “O que se traduz nisso? É a sensação que ela quer ter de ser a mulher mais desejada, e ser tão desejada a ponto de ser tomada por outro homem violentamente. Do homem não se aguentar de tanto desejo por ela. E isso tem a ver com auto estima feminina, com ego. Tem a ver com a conjuntura que a gente vive, com papéis de gênero”, pontuou.

Carlos Guilherme

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