Milly Lacombe é a convidada do primeiro episódio da nova temporada do Acompanhadas, podcast produzido pela plataforma de acompanhantes Fatal Model. A jornalista relembrou o processo de descoberta e aceitação da sexualidade na juventude. Hoje com 56 anos, contou que é lésbica e demissexual, ou seja, se atrai apenas quando existe envolvimento ou conexão afetiva.

Milly percebeu, aos nove anos, que não se encaixava nas normas de gênero impostas pela sociedade. Motivada pelo pai, sempre gostou de jogar futebol. Considerada uma “menina-moleque”, chorou quando teve que vestir um biquíni pela primeira vez e, ao notar o interesse romântico em outras meninas, confessou à mãe.

“Contei na inocência. Ela me levou ao psicólogo, e hoje entendo que houve a tentativa de uma cura gay. Depois disso, começou a falar coisas como: ‘Prefiro um filho morto a um filho gay’. Ouvi essa frase muitas vezes na minha casa”, detalhou.

Com 16 anos, Milly teve o primeiro relacionamento homoafetivo. Devido ao preconceito, a jornalista escondeu o namoro de familiares e amigos. Chegou a assumir relacionamentos heterossexuais para não precisar “sair do armário”. Entretanto, quando chegou à fase adulta, decidiu se abrir novamente para a mãe.

“Estávamos no meio do trânsito. Ela me chamou de ‘solteirona’ e eu falei: ‘Mãe, não sou solteirona, sou gay’. Ela desceu do carro e me deixou sozinha. Ficou cinco anos sem falar comigo”, relatou.

Atualmente, Milly mantém uma boa relação com a mãe: “Existe uma doença associada à homossexualidade: a homofobia. A minha mãe foi curada”, comemorou. A jornalista pontuou que faz parte de uma geração que começou a se libertar sexualmente e, até hoje, só teve relações com sete mulheres. 

“Sexo é algo que está depois de relacionamento. Quando saio, sou introvertida. Alguém fala: ‘Parece que aquela pessoa está olhando para você’, e eu saio correndo. Sou tímida, é difícil acontecer”, complementou.

Carlos Guilherme

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