Espaço de diálogo sobre todos os aspectos da profissão de acompanhante, o podcast Acompanhadas, patrocinado pelo Fatal Model, o maior site de acompanhantes do Brasil, tem se mostrado aberto a debater, sob diversos pontos de vista, temas que ainda são tabu em parte da sociedade. Depois de receber nomes como a ex-garota de programa Bruna Surfistinha e a especialista em dominação Mel Fire, o programa fez uma mudança inesperada de direção e teve como convidado, na segunda-feira, o reverendo Paulo Sanda, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. Mas engana-se quem pensa que a entrevista, conduzida pelas acompanhantes Nina Sag e Paula Assunção, foi um choque de ideias antagônicas.

Com ideias arejadas a respeito do mundo atual, Sanda mostrou que a fé e a religiosidade podem convergir com as bandeiras defendidas por pessoas que trabalham com o sexo, e que as igrejas não precisam ser excludentes a estes profissionais. As hosts do podcast não pouparam perguntas sobre os mais variados temas, como a aceitação de pessoas transgênero nas igrejas, o conceito de moral cristã e a visão que as religiões têm sobre o sexo. Considerando a Igreja Anglicana como uma das igrejas cristãs mais progressistas, Sanda citou, por exemplo, que não há proibição de gênero e orientação sexual entre os sacerdotes. “Temos reverendos gays, inclusive casados”, comentou.

Durante a entrevista, o religioso, que, antes da vida na Igreja, tinha uma carreira na área de tecnologia, se mostrou aberto até mesmo aos temas que costumam ser mais sensíveis a algumas doutrinas, como, é claro, o trabalho das acompanhantes. “Todos nós nos prostituímos. Eu, quando trabalho como desenvolvedor de softwares, estou me prostituindo, porque estou vendendo minha capacidade por dinheiro. Por que só o corpo (é considerado prostituição)?”, indagou Sanda. Acrescentou, ainda, que sente que profissionais como Nina e Paula são vocacionadas a trabalhar com o sexo, numa conversa que explorou diversas temáticas em torno da sexualidade.

Carlos Guilherme

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